Talvez
Talvez eu não estivesse preparada para "estar pronta".
Talvez o conceito de "estar pronta" seja muito mais abrangente.
Talvez eu nunca tivesse pensado na possibilidade de começar a vida real agora, tão cedo. Na verdade eu nunca tinha pensado, mesmo. Sempre pensei na minha formação como uma coisa sem fim, sem barreiras. Vocês podem até dizer que as barreiras não existem. Mas eu as vejo, no meu modo de pensar.
Talvez eu nunca tivesse pensado em cortar o cordão. Tão cedo? Jamais? É difícil viver nove anos - intensos em praticamente todos os sentidos - e simplesmente dizer adeus. Foi difícil encarar a real possibilidade de ser para sempre.
Mas o que é para sempre, afinal?
Talvez só seja possível se descobrir pronta na hora mais inesperada em que seja necessário estar pronta. Precocemente.
Talvez seja necessário a outorga e não a promulgação.
Talvez por mim mesma eu nunca me achasse pronta. E agora não há outra saída.
Talvez seja necessário deixar de ser romântica - pelo menos desse ponto de vista. Talvez seja muito mais prático ser prática e objetiva - jogar na certeza (se é que há alguma certeza, além da morte).
Talvez todos esses talvezes juntos queiram dizer alguma coisa mais profunda. Às vezes não.
Talvez seja possível estar sempre pronta - sem mesmo precisar - e só descobrir assim, abruptamente.
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