sexta-feira, janeiro 22, 2010
Quando vejo essas tragédias na tv, deslizamento e soterramento de casas, entre outras, não consigo deixar de sentir um certo alívio, no meio da tristeza, ao ouvir "morreu a família inteira". Talvez seja até um tipo de egoísmo, mas eu acho tão, tão infinitamente mais triste ouvir, por exemplo "e das 6 pessoas que moravam na casa, só uma sobreviveu". Imagine se foi a mãe que sobreviveu ao soterramento dos filhos.... ou o filho mais novo, que ficou órfão e sem casa.... ou o filho mais velho que talvez carregasse uma culpa - não por ter culpa efetivamente, mas o ser humano não precisa, necessariamente, errar para se sentir culpado por alguma coisa - pelo resto da vida.... Além de toda a tragédia, ficar viúvo, órfão, perder os irmãos. Viver não só sem saber como se sustentar, onde se abrigar: sentir a tragédia, a dor e a impotência de ter sido o único a se salvar. Muitas vezes ouvimos essas notícias e ficamos felizes por uma criança ser encontrada viva no meio dos escombros, mas quantos de nós, passada a manchete, nos preocupamos em salvar essa criança?? Salvar, mesmo, amplamente?? Doamos roupas usadas, enviamos mantimentos. Como eu disse, talvez seja uma forma de egoísmo, talvez esse texto todo seja porque se todos morrem eu me sinto menos culpada por não fazer nada. Por não completar o processo de salvamento daquela pessoa. Talvez seja porque eu preferiria morrer junto com os meus. Sei lá, devaneios.
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