quinta-feira, maio 13, 2010

Queria poder colocar toda a poesia de um momento em palavras. E toda a melancolia contida numa tarde fria, de dia de santo, com pétalas caindo do céu em frente à igreja. O vento frio, pessoas bem vestidas, casacos. Pétalas, imagens de santo, como uma rua tão calma fica assim, apinhada de gente, sem avisar?
A melancolia vem mais do fundo, Norah Jones no rádio, pétalas no pára-brisa. Filme de uma conversa passa na memória, e lá vou eu de novo ter que refilmar minha vida. Quer dizer, escrever outro roteiro. O filme mesmo ainda vai aguardar - cenário, figurino. O elenco já foi escalado, faz tempo. E não há espaço para troca de ator principal. Nem chance de ser um filme sem par romântico.
Talvez aquelas pétalas quisessem dizer alguma coisa. Se pétalas podem cair do céu, por que não poderia, mais uma vez, cair um outro roteiro?
Queria não ter tantos planos, ou ter menos expectativas, ou ser menos ansiosa.
Droga, perdi completamente a poesia.

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