domingo, julho 25, 2010

Música

Quando eu era mais nova (haha, papo de velho), eu ouvia muito mais música. Primeiro porque durante muito tempo eu não tinha TV no quarto e como adolescente rebelde que era, o quarto era o lugar onde eu passava a maior parte do dia. Segundo porque depois que virei semi-adulta rebelde universitária, eu passava boa parte do dia no trânsito - ouvindo música, é claro.
Hoje a TV me faz mais companhia. Como disse a moça na coluna dela da Folha de hoje, a TV não nos deixa muito livres para pensar. E em boa parte do tempo que estou sozinha em casa, o que eu quero menos é pensar mesmo. Pelas razões da moça da coluna ou simplesmente para esvaziar a cabeça de alguma forma.
Agora em dias como o de hoje.... Bate aquela nostalgia de ouvir música e pensar na vida. Coloco um CD de músicas de casamento - da época da Copa da Alemanha -, e começo a viajar. Fingindo que estou colocando algumas coisinhas em ordem na casa, fingindo que estou separando material para estudar. Mas é nesse momento que mergulho nos meus próprios pensamentos, e quase sem pensar, consigo me enxergar mais profundamente. E penso que talvez cachear o cabelo seja apenas reflexo dessas coisas novas que enxergo em mim. Já foi o tempo de dizer que não sei o que quero, mas sei o que não quero. O tempo é de transformação, de sair da vida de aluna, de realizar os sonhos que há tempos tenho tentado construir. E aos pouquinhos as coisas vão se encaixando, e os instrumentos da vida e da música, inspirando arte, expirando cultura, tocam fundo as teclas do grande piano da alma. Talvez seja apenas ilusão e não seja possível viver uma vida de cultura e ciência, de dança e de assistência. Mas eu ainda não cheguei na fase de não acreditar no impossível.

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