segunda-feira, janeiro 31, 2011

É muito estranho pensar que não vou pro HC amanhã. Nem depois. Nem nenhum dia específico até começar a liga. E só a liga. Tantos anos. E dá um aperto, sabe? Lágrimas por ninguém, só porque é triste o fim....
Acabar alguma coisa é sempre uma dicotomia de sentimentos. Por um lado a sensação de dever cumprido, de mais uma etapa vencida. Por outro, a orfandade. Aquilo de "e agora??". Racionalmente é fácil responder "ah, agora isso, aquilo e etc". Mas e no coração? E esse aperto aqui dentro? Estava saindo do hospital e reparando que passava por mais pessoas desconhecidas que conhecidas. Fases. Aquele é um hospital de passagem, pelo menos pra grande maioria. Assim como é uma escola, uma faculdade. Às vezes é difícil desligar. Medo do desconhecido (nem tão desconhecido assim), desamparo. Sensação de não pertencimento. O que não é verdade, parece que essa sigla HCFMUSP carrega um tipo de vírus que consegue modificar o DNA da gente. E para sempre vamos expressar uma proteína diferente que vai fazer brilhar os olhos ao passar na frente daquele busto do Dr. Arnaldo ou daquele prédio cinza. Saudades antecipadas, como sempre.
E como boa depressiva que sempre fui, gosto de curtir essa fossa, esse "luto", explorando esses sentimentos. Sensações não voltam, emoções são sempre únicas. E é assim que a gente cresce e vira gente grande. Aos pouquinhos, né?

Nenhum comentário: