domingo, novembro 13, 2011
Da solidão e outras coisas
Tardes sozinha em casa e, inevitavelmente, tem-se tempo para pensar. Pensar no que está bom, no que já foi bom e em todo o horizonte por vir. Sempre gostei da solidão, desde a primeira vez que fui para a escola sozinha. Um tempo comigo mesma, com meus pensamentos livres sem interferências diretas bloqueando (ou expandindo, eventualmente). Lembro de adorar aqueles 5 quarteirões que separavam minha casa do colégio pois naquele percurso eu podia ser eu mesma, podia sonhar comigo mesma mais velha, podia imaginar mil coisas. Ao contrário do que se pode parecer eu não desviava o caminho para demorar mais, não, a objetividade sempre foi uma característica marcante. Mas aquela sensação - de que estar sozinha na verdade era um grande privilégio - se manteve. Os anos se passaram e continuei apreciando bons momentos comigo. Veio a adultice e com ela.... às vezes já não me sinto tão confortável com tantos pensamentos. Talvez seja porque alguns sonhos não cabem - mas persistem naquela caixinha das lágrimas guardadas -, talvez seja porque algumas coisas simplesmente não voltam mais. E então sinto vontade de me distrair de mim mesma - horas a fio vendo tv, horas a fio no facebook. Mas sempre ausente: compartilhar a solidão ainda não faz parte de mim.
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