quinta-feira, julho 01, 2010

Pliés e rélévés

Há muitas maneiras de encarar os altos e baixos da vida, mas talvez a melhor delas seja com os pés no chão. Podem ser inteiramente no chão, esticados e espalhados, como no plié, ou apenas só na pontinha no rélévé. Mas com os pés tocando o chão, a chance de cair é menor.
Queria também falar sobre a dureza e a substância da água e da pedra. Aquela história da água mole e da pedra dura.... Talvez seja também uma questão de ponto de vista e eu que achava que poderia ser a água descobri que estou muito mais próximo de ser a pedra e furar de tanto dar murro em ponta de faca.
Falando em substância lembrei da Pequena Estória do polvilho, alvo, alvura, parece até brinquedo de criança. Bons tempos em que lia Guimarães Rosa.
E piruetando ao redor do palco volto aos altos e baixos, sendo que numa mesma fase, até mesmo num mesmo dia e ao mesmo tempo, podemos estar no plié e no rélévé simultaneamente - essa é a vantagem de se lidar com sentimentos em vez do corpo humano: não é preciso respeitar a física o tempo todo.
Livre associação de idéias, posso juntar um glissade e um grand jété - mas isso não é tão difícil quanto parece - e as luzes do palco se apagam.

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