REFÚGIO CLÁSSICO
Ter uma vida paralela (honestamente, é claro) é maravilhoso. Mas às vezes complica. Complica quando queremos abraçar o mundo e viver as duas vidas ao mesmo tempo. Fisicamente impossível, certo?
Complica também quando bate a nostalgia, aquela saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi – e nem vou ver. Nostalgia tipo efeito borboleta, como se fosse possível imaginar uma vida nova a partir de um corte no tempo, um novo caminho.
Fuga, nada mais. Para não sofrer, ou, quem sabe, para sofrer mais ainda. Muitas vezes só de pensar já dói. “A recordação da felicidade já não é felicidade; A recordação da dor ainda é dor” (Lord Byron).
Sempre adorei o romantismo, o sofrimento levado às últimas consequências. E mais uma vez o ballet pode me transportar para esse mundo de artes – ao qual eu não pertenço mas me cairia bem. E sinto que também poderia escrever, dançar, viver uma outra vida sem as tristezas desta.
Se realmente vivemos outras vidas, não nos lembrarmos delas certamente é a maior das bênçãos.
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